A palavra desconfinamento está na ordem do dia pelas razões que sabemos. O tema que te trago aqui é, também, ordem do dia quando falamos ou pensamos em saúde e saúde mental está a precisar desde há muito tempo de uma reflexão. Parece fácil numa altura em que voltamos a alguma normalidade relativizar a saúde mental, até onde é que isso nos trouxe até hoje? Temos cada vez mais consumos de medicação para problemas mentais como a ansiedade ou depressão para citar dois dos maiores problemas da actualidade, mas parece que “está tudo bem”, isto é, bastou que mudasse algo na rotina da nossa sociedade para, de forma quase instantânea, deixarmos de falar sobre o problema da mente, a sociedade já estava doente e a pandemia só veio trazer ao de cima os problemas associados. Então, para quando o desconfinamento mental? Quando é que se vai assumir, de forma natural, que se precisa de ajuda?
Ainda hoje o estigma da saúde mental está bem patente nas pessoas, é como se fosse uma vergonha assumir que não se está bem quando o assumir e procurar ajuda revela um acto de coragem do maior nível que podemos ter para nós mesmos. Continua-se a assobiar para o lado sem querer olhar para a frente e enfrentar o desafio de melhorar psicologicamente falando, é fácil ir comprar roupa, ir a um concerto, ir ao museu, ir almoçar ou jantar fora de casa ou até mesmo passear pela praia ou no meio da natureza, e isso é muito bom e gratificante, mas onde é que nos leva? Tudo o que é fácil não nos leva a lado nenhum, e se há coisa que somos é facilitadores de coisas supérfluas que, no fim, não nos ajudam assim tanto como se pensa em primeira instância. O meu ponto é este: enquanto nos mentirmos e não assumirmos para nós que estamos mal psicologicamente não vamos mais longe na vida. A vida não pára, podemos até parar de trabalhar ou de fazer outras coisas, mas a vida não e está sempre a desafiar-nos e o que fazemos quando chega esse desafio? Quando sentimos que precisamos de mudar padrões?
Regra geral, deixamos ir, deixamos estar, e é aqui que está um dos maiores erros. Devemos sim de nos perguntar como é que nos ajudamos a ser melhores amanhã começando hoje a responder a isso, devemos de nos concentrar em nós próprios para que a autoconfiança está sempre presente, devemos de nos respeitar, por exemplo, se estou triste procurar saber o porquê e não deixar passar, até porque só vai agudizar essa emoção e os sentimentos associados. Atenção que a MUDANÇA só é possível quando assumo que preciso e isso é certo quando sinto que o meu dia a dia não flui de forma normal/natural e já são muitos os impedimentos, aliás como se costuma dizer em Psicologia, por vezes tem de nos acontecer algo forte ou de grave na vida para mudarmos.
Já estás nessa fase ou vais procurar ajuda antes de chegar ai?
Conheces alguém assim? Então ajuda-o(a) e algo de bom vai acontecer na tua vida, é certo, pois quem dá recebe em dobro!
Obrigado por leres e por ajudares a uma Psicologia mais próxima.
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