“Contra o mal da morte, não há remédio nos jardins”.
Na minha opinião, este é um tema tabu na nossa cultura. Morte é comum na literatura, arte e iconografia religiosa e é usado para representar a morte e a mortalidade. Muitas vezes é representado como uma figura esquelética de uma pessoa com uma figura semelhante a um ceifador ou um animal como um abutre ou corvo. É comumente usado em géneros de tragédia, horror e fantasia sombria e muitas vezes pode ser um prenúncio da morte. Por exemplo, William Shakespeare costumava usá-lo nas suas obras, muitas vezes como um símbolo de dor e culpa iminentes. A morte tem sido retratada na literatura e na arte desde os tempos antigos, e seu simbolismo continua a ser relevante hoje. É frequentemente usado para criar suspense, para representar a inevitabilidade da morte, para representar o ciclo da vida e para lembrar aos leitores que a mortalidade é um facto da vida e a morte não deve ser temida.
Morte existe desse que há vida e é um poderoso símbolo que nos lembra que a vida é passageira e a morte é certa. Seja de que forma for encarada, a morte é uma inevitabilidade da vida aqui e em qualquer lugar. Muitas pessoas têm um medo atroz de falar no tema pois afirmam que “falar de morte atrai morte”, ou “esse é um tema que não gosto de falar”, entre outras razões que são compreensíveis, contudo, quanto mais evitamos falar sobre o tema mais o medo do mesmo aumenta nas nossas mentes. Quando se diz falar sobre o tema morte não é só da sua inevitabilidade, mas também do facto de que é um tema que mexe com as emoções e, de certa forma, altera alguns processos cognitivos como a atenção ou tomada de decisões. Por que razão isso acontece?
Quando se dá a morte de uma pessoa querida para nós damos início a um processo de luto que é fundamental para lidar com o sucedido. Nesse sentido, existe uma emoção que é ativada, a tristeza. O problema reside em que as pessoas tendem a evitar sentir-se tristes, é como se a tristeza fosse algo de mal, quando na verdade, é fundamental para nos habituarmos à ausência física da pessoa que morreu. Na sociedade atual exige-se que estejamos sempre “bem”, parece que nada de menos bom acontece, a vida é tudo menos uma linha reta, isto é, a tristeza é uma emoção adaptativa e não negativa pois permite-nos adaptar ao ambiente que nos rodeia ou à realidade no caso da morte e por muito que nos doa a morte é sempre e será sempre real e estará sempre acompanhada do seu fiel escudeiro, o luto.
Cumprimentos psi!
PS: Se passas por um processo de luto que está a ser doloroso, ajuda-te pedindo ajuda a um profissional da psicologia.
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