As emoções são padrões de activação breves relacionados a mudanças na forma como damos sentido às nossas actuais circunstâncias moldadas pelos detalhes das nossas experiências passadas únicas. Alguns autores aplicam o termos emoções “positivas” e “negativas”, eu defendo que as emoções são adaptativas porque nos permitem adaptar ao ambiente que nos rodeia, contudo, iremos analisar as emoções positivas estudadas cientificamente. As circunstâncias actuais incluem acontecimentos tanto no ambiente externo (e.g., ganhos e perdas económicas, acções de outros) e no ambiente interno (e.g., afecto, dor, fome). Quando registamos (conscientemente ou não) que as nossas circunstâncias actuais são de alguma forma agressivas para o self (o nosso eu verdadeiro), um estado afectivo desagradável desdobra-se em vários sistemas, abrangendo as áreas experiencial, comportamental e biológica. Por outro lado, quando consideramos as nossas circunstâncias actuais como representativas de boa sorte ou boas perspectivas, experimentamos um estado afectivo agradável. A pandemia fornece causas amplas e justas para as emoções. Pode-se esperar que as pessoas sintam medo e ansiedade por contrair o vírus, tristeza pela diminuição das relações sociais, tristeza pela perda de vidas humanas, raiva e frustração pela perda de empregos, diminuição de rendimentos e liberdade de movimento. No entanto, o pano de fundo dessa dor emocional generalizada torna evidente a necessidade de se aplicarem estratégias de psicologia positiva que impulsionem as suas emoções ao serviço do cuidado de si mesmas, dos seus entes queridos e de sua comunidade.
Cientificamente, as emoções positivas referem-se a uma gama de estados afectivos elevados, incluindo alegria, gratidão, serenidade, interesse, esperança, orgulho, diversão, inspiração e admiração. Quando dois ou mais indivíduos experimentam estados agradáveis como os anteriormente referidos, um estado único de afecto colectivo emerge, chamado de 'ressonância de positividade', considerada uma característica definidora do amor. Embora as emoções positivas, por definição, sejam alegres, elas não são triviais. Por exemplo, as emoções positivas mudam fundamentalmente a maneira como o cérebro humano funciona para ampliar a consciência cognitiva. Isto permite uma maior entrada de informações que, por sua vez, nos ajudam a agir e construir resiliência, conexão social e outros recursos que nos podem ajudar a lidar com a adversidade. Especialmente durante tempos difíceis, como a actual pandemia, é vital reconhecer que emoções positivas podem coexistir com emoções negativas e que o envolvimento em estratégias para aumentar a alegria e o amor durante esta crise global não exige que fechemos os olhos ao medo e à tristeza. Mesmo quando de tememos o pior, ansiamos confiávelmente pelo melhor. Esses mesmos dados também mostram, pela primeira vez, que as emoções positivas que as pessoas experimentam colectivamente com outras na vida diária (i.e., a ressonância positiva) contribuem de forma independente para a manutenção da saúde mental em tempos difíceis.
Importa realçar o seguinte: as emoções permitem que te adaptes ao ambiente envolvente, e o simples facto de ignorares emoções “negativas” faz com que estas aumentem a sua influência em ti e depois contaminem os teus pensamentos e acções. Tu és humano(a), logo, és mais emocional do que racional, lembra-te disto e procura ajuda quando te sentes preso(a) a algo na tua vida.
Vamos fazer psicoefeito?
Obrigado por leres e por estares ai!
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